sábado, 3 de março de 2007

COM MUITA CORAGEM, ELAS ESTÃO SAINDO DO ARMÁRIO

Apesar dessas mudanças dramáticas que estão ocorrendo no Brasil, ao se discutir o lesbianismo moderno do país, deve-se manter em mente o fato de que as lésbicas, tal como outros grupos de Minoria Sexual, ainda são alvo de muita
discriminação na atualidade.

Uma lésbica é uma mulher homossexual. As lésbicas têm ou preferem ter romances e relações sexuais com outras mulheres.
Grécia. Na Antiguidade, entre os séculos VI e VII a.C., morava naquela ilha a poetisa Safo, admirada por seus poemas sobre amor e beleza, em sua maioria dirigidos às mulheres. Por esta razão, o relacionamento amoroso entre mulheres passou a ser conhecido como lesbianismo ou safismo.
Muitos termos foram usados para descrever o amor entre mulheres nos últimos dois séculos, entre os quais: amor lesbicus, urningismo, safismo, tribadismo, e outros. Existem ainda uma segunda classe de termos, ou seja, aqueles que são pejorativos e comumente utilizados no vernáculo popular (i.e. sapatão, bolacha, paraíba, etc...). Mas a sociedade brasileira está passando por uma grande transformação e, assim, mais consciente dos direitos das pessoas pertencentes a grupos sociais minoritários.
A homossexualidade como conceito e como prática tem gerado inúmeros questionamentos ao longo da história. Esse é um tema de grande amplitude
impossibilitando uma abordagem em sua totalidade.
A pertinência desse tema está ligada à emergência das questões da sexualidade
em geral desde o século XIX e da homossexualidade em especial em fins do
século XX. A emergência dos aspectos da sexualidade acontece, também, em função da disseminação desse tema por outras áreas da atividade humana, por exemplo: a luta pela cidadania e o consumo.

É impossível fechar os olhos diante de um nicho de mercado que começa a chamar a atenção da mídia e na mídia: o público GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes). Esse público está definitivamente saindo do armário e formando um mercado a partir de uma das características psicográficas: o comportamento sexual.
O movimento mercadológico para os GLS ainda é recente no Brasil e concentrado nas principais cidades (São Paulo e Rio de Janeiro). Mas, já chama a atenção dos profissionais de comunicação e de mercado para as seguintes questões:
Como tratar e atingir esse público?
Quais as características que diferem os gays mercadologicamente?

O poderoso mercado gay
"Os gays são o cliente que todo mundo quer: gastam muito e ficam
bastante tempo."

Passamos pelas relações que existem entre Capitalismo, Consumo e Produção Industrial. Particularizando sobre a relação de desigualdade Homem X Mulher nas relações de consumo. Essa mesma ótica é que temos que ler os anseios e desejos de consumo do universo gay, em particular, as lésbicas.

Consumo é:
• Uma forma de atender as necessidades internas e externas, primárias e secundárias, adquirindo algo ou utilizando produtos e serviços, sejam produzidos pela
natureza ou pela atividade humana, independente da opção sexual.

Gênero é:
• Um conceito ligado a uma realidade, a uma prática
• Humano e inclui Homem, Mulher e toda opção sexual
• Um conceito politizado (Mulher X Trabalho, Mulher X Política)
• Cultural e transversal
• Há um entrelaçamento entre Gênero e Sexo

Consumo Solidário é:
• Selecionar os bens de consumo ou serviços que atendam nossas necessidades e desejos visando tanto realizar o nosso livre bem viver pessoal, quanto promover o bem viver de trabalhadores e trabalhadoras que elaboram Sustentabilidade, consumo e gênero aquele produto ou serviço, como também visando manter o equilíbrio dos ecossistemas.

Quais são as suas Necessidades de consumo?
Forno Microondas, Máquina de lavar, Carro, Cama (deitar), Avião (férias), Casa (própria), Relógio (descansar), Celular (perturba demais), Laptop
(vontade/desejo/necessidade), Dinheiro no lixo (desperdício dos governos), Bolsa (coisas necessárias), Quarto (organizado), Bicicleta (transporte), Paisagem com ciclista (sou amante da natureza), Voar (liberdade), Criança dormindo (conforto/tranqüilidade), Som (música e arte, teatro/dança), Cerveja (integração/
descontração), Mais saúde para todos (alimentação mais saudável), Sandália com paisagem (amor à natureza), Escrivaninha de computador (necessidade de uma sala de estudo), Assinatura de revistas (gosto muito de ler), Computador (só para mim), Sanduíche (detesto), Caixas de presentes (estou precisando dar alguns presentes), Filme, a dona da história (gosto muito de filme/DVD), Chave (local para morar/casa), Estante (livros/ microbiblioteca), Surf (esporte saudável), Liquidificador (utilidade), Biscoito (gostoso), Pessoas numa praia/Pessoas numa
festa (lazer/dançar), Bagagem/não tinha mais avião (adoro viajar), Moça sentada (paisagem leve, relaxar, ler), Férias (no mar, em um canto que gosto), Óculos escuros (necessidade), Prédios (ter meu local próprio/casa), Casa (necessidade/morar só), Geladeira, Perfume, Câmera (vídeo/cinema), Alimentação (café da manhã tranqüilo), Tatuagem (ainda vou fazer uma), Sapatos (vontade de ir caminhar), Iogurte (vontade de emagrecer), Frutas e verduras (alimentação saudável), Fusca (carro do trabalhador), Pintura para cabelos, (necessidade), Praia com bicicletas (gosto de lugares amplos), Cozinha com máquina de lavar (essencial).

Segundo Adriana da Cunha Leocádio, todas as necessidades de consumo exemplificadas acima, são para ilucidar que a opção sexual pouco importa no desejo das mesmas. No decorrer do século XX e início do XXI assistiu-se ao surgimento de diversos posicionamentos sexuais de parcelas consumidoras da sociedade e que vão provocar o discurso, hoje insistente, da responsabilidade social por parte de algumas empresas como um modo de criar um favorável marketing social.

É preciso salientar que qualquer mulher pode ser lésbica, não importando a sua aparência, comportamento, status social, lugar de origem, estado civil, raça, profissão, religião ou religiosidade, etc... Nem todas as lésbicas têm uma certa 'aparência' e 'comportamento', conforme dita o estereótipo popular. Se é verdade que nem toda lésbica se comporta de maneira um pouco ou muito masculinizada, também é verdade.
Visando isso, esse artigo pretende abordar uma breve trajetória da homossexualidade na história e como recentemente o homossexual tem sido considerado como consumidor.
Anunciantes consideram arriscado associar seus produtos a veículos direcionados ao publico gay. Os profissionais de comunicação reconhecem que o público GLS tem marcado seu território, mas alegam que não há pesquisas sobre o comportamento desse segmento.
Enfim, quem são os GLS? É justificável um tratamento publicitário – criação e mídia – diferenciado para esse público? Qual o impacto das revistas GLS e o relacionamento delas com o público alvo? É possível atingir esse público através de outras mídias?
Profissionais de mídia podem considerar esses veículos nos seus planejamentos? Em caso positivo, a criação para esse público deve ser específica?

A consultora Adriana, alerta que a segmentação é uma etapa praticamente já ultrapassada: estamos na fase de nichos de mercado e caminhando para a personalização, onde as empresas visam um relacionamento individual com cada um dos seus consumidores. O objetivo agora, é provocar no consumidor uma relação íntima com a marca.
E um poderoso nicho que vem colocando a cara pra fora a cada dia que passa, assumindo poderosos cargos executivos no mercado de trabalho é o consumidor gay, em particular as lésbicas.

Até agora, os dados disponíveis sobre o público gay são relacionados ao eixo Rio-São Paulo. Mostram um público elitizado e com alto poder de consumo. Até que ponto esses dados colaboram para esteriotipação desse público? Ou há realmente alguma relação entre classe sócioeconômica, poder de consumo e homossexualidade? É difícil de entender esse segmento, e o primeiro desafio começa que esse é um público que não revela o nome. Teme ter a vida privada exposta.

Podemos afirmar que, o público gay feminino é voltado ao lazer e à informação. Gostam dos meios que são interativos, como a Internet. Aprovam qualquer oportunidade de contato pessoal: festas, vernissage, museus, cinema, teatro...
Esse é um público que tem forte preocupação em estar sempre atualizado e “globalizado”. É fundamental para o público gay, ser up to date, estar informado sobre as tendências e vanguardas no mundo cultural e da moda.

"Homossexualidade"; Não é pecado não é doença

As palavras mais lindas no evangelho de Jesus são "qualquer um". Ou seja, as promessas de Deus são destinadas a todo ser humano, incluindo gays.