sexta-feira, 20 de abril de 2007

COM MUITA CORAGEM, ELAS ESTÃO SAINDO DO ARMÁRIO

Por Adriana Leocádio
adrianaleocadio@terra.com.br


Apesar dessas mudanças dramáticas que estão ocorrendo no Brasil, ao se discutir o lesbianismo moderno do país, deve-se manter em mente o fato de que as lésbicas, tal como outros grupos de Minoria Sexual, ainda são alvo de muita
discriminação na atualidade.

Uma lésbica é uma mulher homossexual. As lésbicas têm ou preferem ter romances e relações sexuais com outras mulheres.
Grécia. Na Antiguidade , entre os séculos VI e VII a.C., morava naquela ilha a poetisa Safo , admirada por seus poemas sobre amor e beleza, em sua maioria dirigidos às mulheres. Por esta razão, o relacionamento amoroso entre mulheres passou a ser conhecido como lesbianismo ou safismo.
Muitos termos foram usados para descrever o amor entre mulheres nos últimos dois séculos, entre os quais: amor lesbicus, urningismo, safismo, tribadismo, e outros. Existem ainda uma segunda classe de termos, ou seja, aqueles que são pejorativos e comumente utilizados no vernáculo popular (i.e. sapatão, bolacha, paraíba, etc...). Mas a sociedade brasileira está passando por uma grande transformação, e assim, mais consciênte dos direitos das pessoas pertencentes a grupos sociais minoritários.
A homossexualidade como conceito e como prática tem gerado inúmeros questionamentos ao longo da história. Esse é um tema de grande amplitude
Impossibilitando uma abordagem em sua totalidade.

A pertinência deste tema, está ligada à emergência das questões da sexualidade
em geral desde o século XIX, e da homossexualidade em especial, em fins do
século XX. A emergência dos aspectos da sexualidade, acontece também em função da disseminação desse tema por outras áreas da atividade humana como por exemplo: A luta pela cidadania e o consumo.

É impossível fechar os olhos diante de um nicho de mercado que começa a chamar a atenção da mídia e na mídia: o público GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes).

Esse público está definitivamente saindo do armário e formando um mercado a partir de uma das características psicográficas: O comportamento sexual.

O movimento mercadológico para os GLS ainda é recente no Brasil e concentrado nas principais cidades (São Paulo e Rio de Janeiro). Mas, já chama a atenção dos profissionais de comunicação e de mercado para as seguintes questões:

Como tratar e atingir esse público?
Quais as características que diferem os gays mercadologicamente?

O poderoso mercado gay

"Os gays são o cliente que todo mundo quer: gastam muito e ficam
bastante tempo."

Passamos pelas relações que existem entre Capitalismo, Consumo e Produção Industrial. Particularizando sobre a relação de desigualdade Homem X Mulher nas relações de consumo. Essa mesma ótica é que temos que ler os anseios e desejos de consumo do universo gay, em particular, as lésbicas.

Consumo é:
• Uma forma de atender as necessidades internas e externas, primárias e secundárias, adquirindo algo ou utilizando produtos e serviços, sejam produzidos pela natureza ou pela atividade humana, independente da opção sexual.

Gênero é:
• Um conceito ligado a uma realidade, a uma prática
• Humano e inclui Homem, Mulher e toda opção sexual
• Um conceito politizado (Mulher X Trabalho, Mulher X Política)
• Cultural e transversal
• Há um entrelaçamento entre Gênero e Sexo

Consumo Solidário é:
• Selecionar os bens de consumo ou serviços que atendam nossas necessidades e desejos visando tanto realizar o nosso livre bem viver pessoal, quanto promover o bem viver de trabalhadores e trabalhadoras que elaboram Sustentabilidade, consumo e gênero àquele produto ou serviço, como também visando manter o equilíbrio dos ecossistemas.

Quais são as suas Necessidades de consumo?

Forno Microondas, Máquina de lavar, Carro, Cama (deitar), Avião (férias), Casa (própria), Relógio (descansar), Celular (perturba demais), Laptop
(vontade/desejo/necessidade), Dinheiro no lixo (desperdício dos governos), Bolsa (coisas necessárias), Quarto (organizado), Bicicleta (transporte), Paisagem com ciclista (sou amante da natureza), Voar (liberdade), Criança dormindo (conforto/tranqüilidade), Som (música e arte, teatro/dança), Cerveja (integração/
descontração), Mais saúde para todos (alimentação mais saudável), Sandália com paisagem (amor à natureza), Escrivaninha de computador (necessidade de uma sala de estudo), Assinatura de revistas (gosto muito de ler), Computador (só para mim), Sanduíche (detesto), Caixas de presentes (estou precisando dar alguns presentes), Filme, a dona da história (gosto muito de filme/DVD), Chave (local para morar/casa), Estante (livros/ microbiblioteca), Surf (esporte saudável), Liquidificador (utilidade), Biscoito (gostoso), Pessoas numa praia/Pessoas numa
festa (lazer/dançar), Bagagem/não tinha mais avião (adoro viajar), Moça sentada (paisagem leve, relaxar, ler), Férias (no mar, em um canto que gosto), Óculos escuros (necessidade), Prédios (ter meu local próprio/casa), Casa (necessidade/morar só), Geladeira, Perfume, Câmera (vídeo/cinema), Alimentação (café da manhã tranqüilo), Tatuagem (ainda vou fazer uma), Sapatos (vontade de ir caminhar), Iogurte (vontade de emagrecer), Frutas e verduras (alimentação saudável), Fusca (carro do trabalhador), Pintura para cabelos, (necessidade), Praia com bicicletas (gosto de lugares amplos), Cozinha com máquina de lavar (essencial).

Todas essas necessidades de consumo exemplificadas acima, são para ilucidar que a opção sexual pouco importa no desejo das mesmas. No decorrer do século XX e início do XXI, assistiu-se ao surgimento de diversos posicionamentos sexuais de parcelas consumidoras da sociedade e que vão provocar o discurso, hoje insistente, da responsabilidade social por parte de algumas empresas como um modo de criar um favorável marketing social.

É preciso salientar que qualquer mulher pode ser lésbica, não importando a sua aparência, comportamento, status social, lugar de origem, estado civil, raça, profissão, religião ou religiosidade, etc...

Nem todas as lésbicas têm uma certa 'aparência' e 'comportamento', conforme dita o estereotipo popular. Se é verdade que nem toda lésbica se comporta de maneira um pouco ou muito masculinizada, também é verdade.

Visando isso, este artigo pretende abordar uma breve trajetória da homossexualidade na história e como recentemente o homossexual tem sido considerado como consumidor.

Anunciantes consideram arriscado associar seus produtos a veículos direcionados ao publico gay. Os profissionais de comunicação reconhecem que o público GLS tem marcado seu território, mas alegam que não há pesquisas sobre o comportamento desse segmento.

Enfim, quem são os GLS?
É justificável um tratamento publicitário – criação e mídia – diferenciado para esse público?
Qual o impacto das revistas GLS e o relacionamento delas com o público alvo?
É possível atingir esse público através de outras mídias?
Profissionais de mídia podem considerar esses veículos nos seus planejamentos? Em caso positivo, a criação para esse público deve ser específica?

Eu, Adriana Leocádio ,como consultora e especialista em comportamento do consumidor, alerto que a segmentação é uma etapa praticamente já ultrapassada. Estamos na fase de nichos de mercado e caminhando para a personalização, onde as empresas visam um relacionamento individual com cada um dos seus consumidores. O objetivo agora, é provocar no consumidor uma relação íntima com a marca.

E um poderoso nicho que vem colocando a cara pra fora a cada dia que passa, assumindo poderosos cargos executivos no mercado de trabalho: É o consumidor gay, em particular as lésbicas.

Até agora, os dados disponíveis sobre o público gay são relacionados ao eixo Rio-São Paulo. Mostram um público elitizado e com alto poder de consumo.

Mas até que ponto esses dados colaboram para o estereotipo desse público?
Existe alguma relação entre classe sócio-econômica, poder de consumo e homossexualidade?

É difícil de entender esse segmento, e o primeiro desafio, começa do princípio, que este é um público que não revela o nome. Teme ter a vida privada exposta.

Podemos afirmar que, o público gay feminino é voltado ao lazer e à informação. Gostam dos meios que são interativos, como a Internet. Aprovam qualquer oportunidade de contato pessoal: festas, vernissage, museus, cinema, teatro...
Esse é um público que tem forte preocupação em estar sempre atualizado e “globalizado”. É fundamental para o público gay, ser “up to date”, estar informado sobre as tendências e vanguardas no mundo cultural e da moda.

"Homossexualidade"; Não é pecado não é doença

As palavras mais lindas no evangelho de Jesus são "qualquer um". Ou seja, as promessas de Deus são destinadas a todo ser humano, incluindo gays.

QUE HOMEM É ESSE?

O masculino em questão.

Por Adriana Leocádio


Tempos modernos; As coisas já não são como antes.
Que nos perdoem os profetas do apocalipse, saudosistas de um tempo que não volta mais, mas o homem moderno cruzou o rio e derrubou a ponte atrás de si. Mesmo reeditado na figura do retrossexual, o velho “machão” descuidado e nem aí com a sua aparência, perde terreno a cada dia que passa para um homem livre de rótulos, muito mais consciente e tranqüilo com a aceitação de sua própria vaidade e, de quebra, muito mais feliz com sua própria masculinidade.
Como consultora de marketing e especialista em comportamento do consumidor, afirmo que o que tem acarretado essa mudança no comportamento masculino é justamente uma questão cultural. “Atribuo isso, à mudança do pensamento do homem”. Mesmo que ainda timidamente, não podemos deixar de observar a incidência de homens em clinicas de beleza, o que é muito comum nos dias de hoje.
Homem de maquiagem, vestido com roupas de grifes estilosas não é coisa do passado. Pelo contrário, é algo que emerge nas salas de cinema, nas galerias de arte, assim como nas festas populares, shows e campo de futebol.

Pode ser visto a noite, num jogo de futebol e na abertura de uma galeria de arte na noite seguinte. É o novo “ideal” masculino. Gosta de fazer compras, posa nu para revistas. O homem metrossexual é um heterossexual que conhece e se importa com a moda, gastronomia e elegância. O uso ostensivo de um galanteio divisor entre o homem sensível e quase que (homo) erótico (gay, hetero ou bi), dissolve a possibilidade de cristalizar um corpo sócio-cultural hibridizado entre imagem, identidade, gênero e/ou sexo.

HOMENS: MACHISTAS, MACHÕES OU NARCISOS

Homossexual, bissexual ou hétero, não importa! O metrossexual, coloca-se como objeto do próprio desejo, pois, conforme já anunciado, é extremamente narcisista.

Prefiro considerar que não há nada de moderno e sim contemporâneo neste ajustamento das diversidades identitária, cultural, sexual e de gênero, entre homens heterossexuais e homo-eróticos. A distância entre hétero e homo ainda existe, porém agencia-se, negocia-se essas subjetividades,(des)construídas pela versatilidade, que se implementa no contemporâneo.

Como um abalo dos costumes sociais, atualizar esse homem contemporâneo, requer problematizar o gênero, a sexualidade, a identidade, o desejo, o consumo, enfim, a cultura. Assim, o fenômeno discursivo da metrossexualidade inscreve o cosmopolitano e o tecnológico como consonâncias de uma maturidade sócio-cultural, cujas práticas sociais, apontam o tratamento epistêmico de uma sofisticação plausível.

O metrossexual, na prática, aponta aqueles que tem menos preocupação sobre sua identidade e muito mais interesse em sua imagem. Estando muito longe do conceito radical e ultrapassado de macho latino, ele partilha funções e atitudes que antigamente eram consideradas femininas.

Urge um misto masculino de vontades de fazer tratamentos de beleza, usar cosméticos e emocionar-se ao assistir filmes românticos.

Lembro-me perfeitamente quando em 1999, a escritora norte-americana Faith Popcorn, considerada uma espécie de Nostradamus de saias do marketing, grafou pela primeira vez em sua obra “Click – 16 tendências que irão transformar sua vida, seu trabalho e seus negócios no futuro” - o termo “homencipação”, antevendo a chegada de uma nova mentalidade masculina, a dos homens que não se limitariam em ser estritamente de negócios e passariam a abraçar a liberdade de poder exercer sua individualidade, sendo menos machistas e mais sensíveis. Muita gente não acreditou.

Porém, sempre voltamos a boa e velha realidade de que não há no mundo um consumidor igual a outro, e que estes são motivado por diferentes razões e padrões de comportamento. Cada indivíduo, busca comprar para satisfazer necessidades e desejos íntimos.
Cada bebê que nasce já é um consumidor latente. Desde os primeiros meses, os bebês observam seus pais e começam aí o aprendizado de toda a vida.
Criança, adolescente ou idoso, todos se diferenciam em um aspecto fundamental: O gênero.


Homens e mulheres compram de formas distintas. Alguns especialistas apontam que essas diferenças estão ficando cada vez mais sutis. Mas quanta diferença ainda há! A compra do homem, “ainda” é menos impulsiva que a da mulher. Contudo, quando o gênero em questão é a moda, aí a diferença só se dá na forma e no local.

O homem não sofre impulso olhando uma vitrine, mas sim no interior de uma loja e se ele for bem “assessorado”. O impulso da mulher se da na própria vitrine.
Portanto, dentro desse contexto que estamos falando, fica cada vez mais latente a importância da mudança do conceito do homem de vendas, ou seja, o “vendedor”.
O homem, ao comprar, quer uma boa solução. Em um caminho linear, define o que precisa, vai a uma loja onde provavelmente encontrará seu produto. Se achar, compra. Com a invenção do termo metrossexual, que exime qualquer conotação homossexual, os homens sentem-se livres para comprar tudo aquilo que sempre sonharam secretamente em seus devaneios mais afeminados.
Com uma peculiaridade fundamentalmente diferente aos gays, o metrossexual tende a deliberar seu lado heterossexual. E mais uma vez afirmo: A distância que já foi grande entre homens hétero e homossexuais, diminuiu consideravelmente nos últimos anos.


Em lugar do metrossexual, o homem do futuro será "übersexual"

Os autores que inventaram o termo metrossexual defendem que o homem que se depila será substituído como modelo masculino pelo "übersexual", mais próximo ao homem tradicional. Apenas dois anos depois de popularizar o termo metrossexual - criado em 1994 pelo escritor inglês Mark Simpson, compatriota do jogador David Beckman, maior representante do estilo -, os autores propõem agora um novo conceito, o do "übersexual", para definir a nova tendência de masculinidade.
Quando eu era apenas uma menina, tínhamos duas opções em vida: ou éramos heteros ou homossexuais. Ponto. E de certa forma isso servia só para determinar se gostávamos disso ou daquilo. Os anos foram passando e o ser humano, cada vez mais complexo, começou a criar novas modalidades de conduta sexo-comportamental. De repente já podíamos optar pela bissexualidade, assim como pela transexualidade ou pela pansexualidade.
Mas quem diabos é esse tal de übersexual? Pelo que pude entender depois de horas fazendo pesquisas pela vasta geografia da internet, o “über” é aquele cidadão sensível, mas que não dá margem para que duvidem de sua masculinidade; bruto, mas que entende todas as atitudes das mulheres e as trata com carinho. Em suma, o senhor perfeição.
Eles tem estilo, se preocupam com a aparência, mas sem exagero. Gastam mais tempo cuidando da cabeça que do cabelo. Pode não saber a diferença entre um hidratante e um esfoliante, porque está mais preocupado com o que é certo ou errado. Ele é sensível, mas não dá margem para que duvidem de sua masculinidade. Ele é o übersexual.
Segundo matéria publicada pelo Jornal da Globo, “Über” vem do alemão, e significa “super”, o que está além. O übersexual é másculo, mas é sensível e admira as mulheres fortes. Arnold Shcwazenegger se encaixa na definição, porque foi capaz de mostrar algo além de músculos, fez fortuna no cinema, se casou com uma Kennedy e virou governador da Califórnia.
Bill Clinton é outro que está na lista, o carismático ex-presidente americano, superou adversidades ao lado da mulher Hillary. É admirado por isso e também pelo charme e inteligência.
Mas o representante máximo do übersexual é o Bono Vox, vocalista do U2, uma das bandas mais populares do planeta. Bono é apaixonado pelas causas que defende, luta contra a pobreza e está casado com a mesma mulher há mais de 20 anos.
Assim, concluo que o "übersexual" é aquele que confia em si mesmo sem se tornar detestável. Ter um aspecto masculino, possuir estilo e estar determinado a alcançar os mais altos níveis de qualidade em todas as áreas de sua vida.Este homem do futuro, "é apaixonado por seus interesses e relações", tem seus sentidos bem abertos a todos os estímulos que recebe."É apaixonado por fazer e ser o que lhe parece natural, e o que o faz sentir bem, em lugar daquilo que outros pensam que deveria fazer ou ser", e concordo com meus companheiros ao afirmar que o novo homem reconhece que "precisa da mulher".
Enquanto os gays foram buscar uma nova vida nas academias e um ideal mais masculino, os héteros começaram a perceber que haviam se colocado de escanteio, vestidos num confortável uniforme de gabardine, entediando-se com seus próprios botões. Aos poucos, foi-se percebendo, por ambos os lados, que há um certo poder e mistério na ambigüidade e que confiança, segurança e senso de estilo são fatores que definem o homem moderno.
Em suma, o novo perfil do homem moderno não representa uma mudança drástica em relação ao metrossexual, pois ele também se preocupa com imagem pessoal,e vai às compras, mas sem ar narcisista e egocêntrico.
Adriana Leocádio é Consultora de Marketing e Especialista em comportamento do consumidor. Presta consultorias a empresas de diversas áreas e está disposta a dar entrevistas, participar de debates, mesa redonda, entre outros.

Contato: Adriana Leocádio
adrianaleocadio@terra.com.br
http://adrianaleocadio.blogspot.com

Assessoria de Imprensa: Dax Comunicação
Marcela Melo
marcelamelo@daxcomunicacao.com
Tel:(11) 5083-8261 / 9814-4434

USUÁRIOS DE ÓCULOS E SEUS SIGNOS

Por Adriana da Cunha Leocádio


OS ÓCULOS DA VOVÓ- Como acabar meu tricô,como assistir à novela,se esses óculos benditosme somem sem mais aquela?Vovó, procurando os óculos,vai do quarto para a salae de novo volta ao quarto,sem ninguém para ajudá-la.E até parece que os netosestão a se divertir,pois mesmo seu prediletofaz força para não rir.Deve saber onde estão,porque lhe diz o malvado:- Já está ficando quenteseu chicotinho queimado!E o diz quando está no quartoou à sala torna a voltar.- Mas como pode uma coisaem dois lugares estar?Em sinal de desesperoleva então as mãos à testa:ali estão os seus óculose tudo vira uma festa.

Dom Marcos Barbosa


O simpático poema acima, não deixa de retratar a atual realidade dos usuários de óculos, contudo não podemos deixar de analisar algumas nuances.

Hoje, graças a evolução dos tempos, não é só a vovó que precisa usar óculos. Deixamos de ser vitimas da história, porque por um longo período, os óculos serviam apenas para curar doenças. É possível a correção de um diagnóstico, ainda quando criança, fazendo aqui até um pequeno parêntese com relação a um dos tipos de câncer brutais que pode-se evitar um uma simples foto, retinoblastoma.

Durante muitos anos, os usuários de óculos sofreram com esterióticos sempre pejorativos, desde a infância a maturidade. Usar óculos já foi símbolo de feiúra, nerd, “quatro olho”.....
Sou usuária de óculos desde os meus 21 anos. Qualifico os diversos signos que vivem olhando os óculos que usei. Sempre guardo meus óculos, pois eles descrevem uma fase da minha vida.

Com o passar dos anos, podemos analisar que novos signos começaram a surgir e com eles vieram qualificações interessantes.

NECESSITADE X VAIDADE

“Quem não tem colírio, usa óculos escuros”
(Raul Seixas)

O charme em usar óculos “escuros”, que teve origem no passado, está se tornando cada vez mais sedimentado na atualidade, com o diferencial de que agora, todos os tipos (escuros ou não) de óculos, conforme sua tribo, fazem parte mais do que nunca, da composição da identidade e da personalidade de um usuário por necessidade ou vontade.

A moda estabelecida pelas roupas é uma das principais influências no design das curvas e retas dos óculos. As cores e linhas da nova estação, determinam em grande parte, a cara de suas coleções. Por anos, a moda foi clean, minimalista, quase estéril. Tudo foi unissex por tanto tempo que agora as pessoas estão orgulhosas de serem “cool” e bonitas com a volta do estilo.

Da mesma forma que a moda, os óculos também passam por um período de uniformização – afinal, num mundo cada vez mais conectado, é inevitável que haja uma contínua troca de influências. Mas mesmo com esse processo, o charme local dos óculos continua preservado. Sempre vai haver espaço para tradições e gostos específicos. As próprias marcas se encarregam de desenvolver linhas especiais para cada tipo de público.

O desafio é conseguir conscientizar o cliente final sobre a importância da escolha das lentes. Por exemplo: o usuário pode se prontificar a pagar mais caro por uma armação de marca, mas não absorve a mesma idéia para comprar suas lentes.


MUDANÇA CULTURAL

É consenso que o consumidor de óculos se tornou mais sofisticado com o passar dos anos, mas ainda é necessária uma mudança de mentalidade.

Atualmente, as pessoas vão ver a imagem com os óculos,e não apenas a produção por trás deles.
Ressalto portanto, o valor que as pessoas dão a uma maquiagem bem-feita e a um cabelo bem arrumado, por exemplo, é a mesma importância conferida aos óculos.

Ao avaliar um produto ou marca, o consumidor se depara com várias informações sobre peso, designer, composição, país de origem entre outras características descritivas do produto que são denominadas: Atributos.

Segundo Keller (1993), atributos são aquelas características que descrevem propriamente um produto ou serviço – o que um consumidor avalia ao comprar um produto.

Como especialista em comportamento do consumidor, penso que os atributos também podem ser aspectos externos de um produto que afetam a intenção de compra. Classificamos estes aspectos externos em quatro tipos: (l) informação de preço, (ll) embalagem ou aparência do produto, (lll) imagens do usuário (que tipo de pessoa usa o produto ou serviço) e (lV) imagens de uso (onde e em que tipo de situação o produto ou serviço é usado).
Os atributos presentes nas embalagens do produto, ou em anúncios, podem ser utilizados por consumidores para avaliar o produto, a marca ou a empresa. Esta avaliação – atitudes relativas ao produto, marca ou empresa – podem afetar a atitude e o comportamento de compra.
A participação e a consciência do cliente são imprescindíveis, por isso é preciso que ele tenha senso de liberdade e escolha. “É uma cadeia de três pessoas: o designer, o óptico e o consumidor”.


Adriana Leocádio é Consultora de Marketing e especialista em comportamento do consumidor.
http://www.adrianaleocadio.blogspot.com/

As diferenças nos hábitos de consumo

Por Adriana Leocádio
Fato claro em nossa sociedade é um só: Quem compra tem poder. E isto, é resultado da construção de um mercado feroz que se deleita na falência dos conceitos primórdios dos valores sociais. Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?
Estas perguntas podem ser respondidas de maneiras diversas. Se quisermos focar no ato de consumo, podemos responder seqüentemente que alguém consome, outro alguém também consome e, finalmente, nós somos os indivíduos que consomem em uma sociedade essencialmente consumista.
A mídia é a grande responsável pela criação de desejos, fazendo com que as pessoas, que são seres que sempre desejam alguma coisa, sintam a necessidade de possuir cada vez mais e mais . O desejo de consumo, também está ligado ao fato de que a sociedade em geral, trata melhor quem se apresenta bem e isso é um fato relevante!
O poder da mídia, pode ser comprovado, pelo comportamento do consumidor, que acaba cedendo aos apelos da publicidade e comprando algo que muitas vezes ele nem precisa. O que importa é estar na moda, é ter beleza para refletir nos olhos alheios. É isso que a sociedade pede, e por mais que digamos que não, é isso que queremos ofertar à sociedade, que é consumista e influenciada pela mídia há muito, muito tempo.
Muita gente pensa que assertividade vem de acerto, isto é, o ato de acertar. Na verdade, a palavra assertividade vem de asserção, que significa afirmação. Afirmação ou melhor, auto-afirmação, é o que as pessoas buscam quando vão as compras. Tudo começa pelo ato de comprar.
A moda, tem historicamente criado uma associação forte entre a feminilidade e a masculinidade e com a busca do "estar na moda", onde o que se realça, é a importância da aparência na construção social. Logo, ainda hoje, as mulheres, são muito mais suscetíveis às mensagens de moda que os homens. A relevância deste trabalho, está em auxiliar no entendimento do fenômeno do consumo de moda e mostrar a sua importância para a mulher e para o homem contemporâneos, como forma de expressão e interação social.
Diferenças entre os sexos são indiferentes
O que importa é comprar. Isso fica evidente quando analisamos a cadeia de produtos e conceitos que o mercado vem disponibilizando nas lojas e nas revistas. Para exemplificar isso, basta somente pensarmos que o termo "metrossexual", foi criado há cerca de quatro ou cinco anos, para classificar homens heterossexuais, mas , extremamente vaidosos. Quando o termo foi criado, este, referia-se a homens adultos, moradores das metrópoles, portadores de boa situação financeira, adeptos de roupas e produtos de beleza de grifes famosas e interesse por assuntos como a gastronomia sofisticada e jardinagem artística.
Os perfumes, hoje, seguem uma tendência de fragância e embalagens, completamente opostas ao passado. Homens preferem tons mais adocicados e frutais. Embalagens refinadas, calças de cintura baixa, camisas fit, tons rosados. Frequentam salões de beleza e usam anéis e colares de aço com ouro ou prata. E isto não os torna, menos homens!
Como consultora, especialista em comportamento do consumidor em âmbito geral, recomendo a todo varejista, publicitário e marketeiro, ter o seu dia de cliente. Melhor do que qualquer pesquisa qualitativa ou quantitativa, é ir as compras. Entrar em consagradas perfumarias, e perceber que o perfumes direcionados ao publico masculino são os mais utilizados pelas mulheres. O creme para proteger das rugas ou amaciar os cabelos das mulheres são os mais utilizados pelos homens. Que nas famosas griffes casual esport, as calças jeans tendem a ser genéricas.
Sendo assim, de forma direta podemos ficar com a explicação de que assertiva é a pessoa que afirma e se firma. A pessoa que se estabelece, que conquista seu espaço através de opiniões baseadas em fatos e dados concretos, conferindo credibilidade à afirmação.
Produtos são providos de significado, e na sociedade, o grande desafio é entender como as pessoas compõem o seu próprio conceito e como elas compram ou rejeitam produtos que as identifiquem com a forma idealizada, impulsionadas pelas mensagens simbólicas deles. Em nossa sociedade capitalista, vários são os motivos que movem uma pessoa a comprar. Dentre eles, a necessidade real, a carência afetiva, a manutenção do status, o fato de adquirir poder ou projeção imediata, modismo, apelo do marketing, influência de determinado grupo de convívio, ilusão de segurança etc.
Sabendo disso, o mercado sempre oferece algo novo para ser consumido, com a promessa de ser mais bonito, mais prático, mais eficaz, mais tudo. Isso, com o objetivo claro de desencadear em todos nós a compra por impulso, aquele algo a mais que compramos, em geral, atraídos pelo apelo publicitário, é algo que se torna instantâneo.
Não devemos esquecer, portanto, que a conformidade do indivíduo à moda, se da, fundamentalmente, pelo desejo de assemelhar-se aqueles que são considerados superiores, aqueles que brilham pelo prestígio e pela posição. Estes são somente alguns dos fatos que podem ser observados em ambos os sexos, em todas as classes socias, em diferentes idades e capitais brasileiras, além das obcessões sexuais.Adriana Leocádio foca sua carreira e presta consultorias, em todos os segmentos de serviços , produtos e comportamento do consumidor ,baseadas em conhecimentos adquiridos, pesquisas realizadas e constantes estudos - adrianaleocadio@terra.com.br