sexta-feira, 20 de abril de 2007

As diferenças nos hábitos de consumo

Por Adriana Leocádio
Fato claro em nossa sociedade é um só: Quem compra tem poder. E isto, é resultado da construção de um mercado feroz que se deleita na falência dos conceitos primórdios dos valores sociais. Quem sou eu? Quem é você? Quem somos nós?
Estas perguntas podem ser respondidas de maneiras diversas. Se quisermos focar no ato de consumo, podemos responder seqüentemente que alguém consome, outro alguém também consome e, finalmente, nós somos os indivíduos que consomem em uma sociedade essencialmente consumista.
A mídia é a grande responsável pela criação de desejos, fazendo com que as pessoas, que são seres que sempre desejam alguma coisa, sintam a necessidade de possuir cada vez mais e mais . O desejo de consumo, também está ligado ao fato de que a sociedade em geral, trata melhor quem se apresenta bem e isso é um fato relevante!
O poder da mídia, pode ser comprovado, pelo comportamento do consumidor, que acaba cedendo aos apelos da publicidade e comprando algo que muitas vezes ele nem precisa. O que importa é estar na moda, é ter beleza para refletir nos olhos alheios. É isso que a sociedade pede, e por mais que digamos que não, é isso que queremos ofertar à sociedade, que é consumista e influenciada pela mídia há muito, muito tempo.
Muita gente pensa que assertividade vem de acerto, isto é, o ato de acertar. Na verdade, a palavra assertividade vem de asserção, que significa afirmação. Afirmação ou melhor, auto-afirmação, é o que as pessoas buscam quando vão as compras. Tudo começa pelo ato de comprar.
A moda, tem historicamente criado uma associação forte entre a feminilidade e a masculinidade e com a busca do "estar na moda", onde o que se realça, é a importância da aparência na construção social. Logo, ainda hoje, as mulheres, são muito mais suscetíveis às mensagens de moda que os homens. A relevância deste trabalho, está em auxiliar no entendimento do fenômeno do consumo de moda e mostrar a sua importância para a mulher e para o homem contemporâneos, como forma de expressão e interação social.
Diferenças entre os sexos são indiferentes
O que importa é comprar. Isso fica evidente quando analisamos a cadeia de produtos e conceitos que o mercado vem disponibilizando nas lojas e nas revistas. Para exemplificar isso, basta somente pensarmos que o termo "metrossexual", foi criado há cerca de quatro ou cinco anos, para classificar homens heterossexuais, mas , extremamente vaidosos. Quando o termo foi criado, este, referia-se a homens adultos, moradores das metrópoles, portadores de boa situação financeira, adeptos de roupas e produtos de beleza de grifes famosas e interesse por assuntos como a gastronomia sofisticada e jardinagem artística.
Os perfumes, hoje, seguem uma tendência de fragância e embalagens, completamente opostas ao passado. Homens preferem tons mais adocicados e frutais. Embalagens refinadas, calças de cintura baixa, camisas fit, tons rosados. Frequentam salões de beleza e usam anéis e colares de aço com ouro ou prata. E isto não os torna, menos homens!
Como consultora, especialista em comportamento do consumidor em âmbito geral, recomendo a todo varejista, publicitário e marketeiro, ter o seu dia de cliente. Melhor do que qualquer pesquisa qualitativa ou quantitativa, é ir as compras. Entrar em consagradas perfumarias, e perceber que o perfumes direcionados ao publico masculino são os mais utilizados pelas mulheres. O creme para proteger das rugas ou amaciar os cabelos das mulheres são os mais utilizados pelos homens. Que nas famosas griffes casual esport, as calças jeans tendem a ser genéricas.
Sendo assim, de forma direta podemos ficar com a explicação de que assertiva é a pessoa que afirma e se firma. A pessoa que se estabelece, que conquista seu espaço através de opiniões baseadas em fatos e dados concretos, conferindo credibilidade à afirmação.
Produtos são providos de significado, e na sociedade, o grande desafio é entender como as pessoas compõem o seu próprio conceito e como elas compram ou rejeitam produtos que as identifiquem com a forma idealizada, impulsionadas pelas mensagens simbólicas deles. Em nossa sociedade capitalista, vários são os motivos que movem uma pessoa a comprar. Dentre eles, a necessidade real, a carência afetiva, a manutenção do status, o fato de adquirir poder ou projeção imediata, modismo, apelo do marketing, influência de determinado grupo de convívio, ilusão de segurança etc.
Sabendo disso, o mercado sempre oferece algo novo para ser consumido, com a promessa de ser mais bonito, mais prático, mais eficaz, mais tudo. Isso, com o objetivo claro de desencadear em todos nós a compra por impulso, aquele algo a mais que compramos, em geral, atraídos pelo apelo publicitário, é algo que se torna instantâneo.
Não devemos esquecer, portanto, que a conformidade do indivíduo à moda, se da, fundamentalmente, pelo desejo de assemelhar-se aqueles que são considerados superiores, aqueles que brilham pelo prestígio e pela posição. Estes são somente alguns dos fatos que podem ser observados em ambos os sexos, em todas as classes socias, em diferentes idades e capitais brasileiras, além das obcessões sexuais.Adriana Leocádio foca sua carreira e presta consultorias, em todos os segmentos de serviços , produtos e comportamento do consumidor ,baseadas em conhecimentos adquiridos, pesquisas realizadas e constantes estudos - adrianaleocadio@terra.com.br

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