quarta-feira, 7 de março de 2007

ATÉ QUE PONTO OS PACIENTES QUEREM SER INFORMADOS SOBRE SUA DOENÇA

Por: Adriana da Cunha Leocádio


A partir de uma revisão da literatura, busca-se discutir a relação médico-paciente, apresentando abordagens antropológicas e comunicacionais, vivências de médicos enquanto pacientes, concepções fundamentais da medicina que indicam a necessidade de humanização e algumas reflexões teórico-filosóficas, principalmente relacionadas a hermenêutica.
Eu, Adriana Leocádio, conduzo uma reflexão sobre a humanização da medicina, em particular da relação do médico com o paciente, para o reconhecimento da necessidade de uma maior sensibilidade diante do sofrimento do paciente. Esta proposta, em relação a várias outras das quais convergem entre si, aspira pelo nascimento de uma nova imagem profissional, responsável pela efetiva promoção da saúde, ao considerar o paciente em sua integridade física, psíquica e social, e não somente de um ponto de vista biológico.
Nos últimos anos, uma boa comunicação e explicação aos pacientes sobre sua doença, têm sido considerada como a melhor conduta médica para ajudar as pessoas a conviverem com as suas enfermidades. Esse diagnóstico traz consigo muito medo, incerteza e desesperanças que podem de alguma forma, serem aliviadas pela conversa sincera entre o médico e o paciente. Estas mudanças, consideradas fundamentais para o nascimento de uma nova prática da medicina, são resultados de uma relação complexa entre teoria e prática, configurada no âmbito da ciência moderna. Este conflito fica ainda mais explícito, se considerarmos os fatores sócio-políticos determinantes do processo saúde-doença.
Apesar de muitas pesquisas terem documentado a vontade dos pacientes com câncer, por exemplo, em saber sobre sua doença, é também reconhecido nos dias de hoje, as variações existentes na quantidade de informação demandada pelos pacientes, o que varia em momentos diferentes dentro do desenrolar do processo doentio.

Principais abordagens da relação paciente-médico

A consciência da necessidade de um desenvolvimento da interação comunicativa entre médico e paciente, foi se ampliando nos anos 60 através dos estudos de psicologia médica ,de análises psicanalíticas da figura do médico , assim como da experiência dos grupos, ao introduzir a dimensão psicológica na relação médico-paciente e a necessidade da formação psicoterapeutica para o médico, entre várias outras teorias da comunicação.
Percebe-se então, uma necessidade daqueles que lidam com pacientes de doenças crônicas, em saber como prover informações a estes pacientes, respeitando seus limites sobre as mesmas. Por isso, há uma necessidade urgente em se compreender por que pacientes resistem em saber sobre sua doença.
Em 1980, um oncologista (especialista em câncer) que era também o editor de uma das mais conceituadas revistas médicas (The New England Journal of Medicine), após descobrir que estava com câncer, demonstrou não querer saber de todas as informações sobre sua doença, nem ter que encarar as incertezas das diferentes opções terapêuticas a ele oferecidas. Nas décadas de 60 e 70, foram pioneiros na área da sociologia da saúde, os trabalhos sobre a relação médico-paciente, e o consenso intencional - atualmente, em uma outra versão, chamado de consentimento informado - originado da atenção à defesa dos direitos dos consumidores. Uma necessidade ainda muito recente de reduzir os efeitos nocivos de comportamentos inadequados do médico, no contato com o paciente, resultou em vários países, no aumento das denúncias e também em aumento dos gastos com a saúde.
Ressalto portanto, que as diferenças do conhecimento médico-científico e do conhecimento médico-familiar, relaciona tais diferenças à relação entre: doente-médico. A relação doente-médico é considerada como produtora de ansiedade, principalmente pelas classes populares, porque não possuem critérios objetivos de avaliação, enfatizando as dificuldades, com um padrão de comunicação, especificamente o médico , "em não ser franco".
Enfim, toda essa questão nos remete ao titulo desse artigo:
Até Que Ponto os Pacientes Querem ser Informados Sobre sua Doença ?
Para falar com Adriana da Cunha Leocádio
e-mail: a_leocadio@terra.com.br

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